domingo, 18 de maio de 2014

ME ENSINA

 
Me ensina, meu amor, a não temer aquilo que não compreendo.
Me ensina, meu amor, a cheirar a flor como a abelha e a carregar o pólen,
baú de tesouros.
Me ensina, meu amor a observar o céu e nele, encontrar a essência da vida,
o mar dos anjos e o solo das fadas.
Me ensina, meu amor, a ouvir o som da brisa, aos nossos beijos e a voz do
nosso apego.
Me ensina, meu amor, a afastar a noite dos nossos dias, o tremor e frio,
com o calor dos nossos corpos.
Me ensina, meu amor, a ser a flor, o céu, o mar e a terra; o teu universo inteiro.
Me ensina, meu amor, a derrotar o inimigo.
Leva meu barco à tua praia e me ensina, meu amor,
a ser o vento que remove a areia.
Me ensina, meu amor, a dedilhar teu piano e entoar a nossa canção.
No bater, um só coração.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

LUTA INJUSTA


O barco se afasta
e o menino,
sente-se estranho

Um vazio habita seu peito,
buraco negro
hospeda a solidão

Pássaro atroz,
albatroz,
sem canto

Manhã sem sol
noite sem lua
nuvem sem chuva
espelho sem imagem

Vida
onde está seu ardor?

Queria, o menino,
não sentir tamanha dor

quinta-feira, 15 de maio de 2014

ABANDONO

Angústia
aperto
aorta
aberta
agoniza
áspero
antes
autêntico
agora
alônimo
alegra
altera
amarra
afunda
afoga
argucioso
arco-íris
aptero
algo
ágrafo
armadilha
ardilosa
aréola
altar
anagrama
acaricia
a
alma
ao
amar

                              ALMAS DILACERADAS    -    Uma história de amor e perdão

                                             Valesca Santos     -    Pragmatha

                                                    Lançamento:  Julho 2014

     

                   

quarta-feira, 7 de maio de 2014

MISTURA


                                Foto: Valesca Pederiva - Maio/2014


É
  na
       mistura
que
      a
          essência
se
     torna
               forte

domingo, 4 de maio de 2014

LÁGRIMA DO CÉU

                       
                                           Foto: Valesca Pederiva - Maio/2014

Triste cai a gota que se desprende da nuvem.
Feliz torna-se a flor, que acolhe a lágrima do céu.
Exuberante é a terra que engole o choro.
Ele não morre.
Penetra fundo, procura os veios e encontra as raízes.
Elas são seu caminho de volta para casa.