Ouço o ranger das tábuas
sons, compostos sob nossos corpos
Ouço o evocar das chamas
a redundância dos gemidos
Dedos se entrelaçam
unidos,
obcecados por encontrar o delírio
Os batimentos aceleram
como um trem sem freios
Círculos de sol
explodem das íris,
possuídas
Via-lácteas se aproximam
do centro do nosso universo
unido, descontrolado
Ondas das marés infindas
derramam seu vai e vem
em nossa insana lucidez
Nos corações,
somos libélula e luz
mel e vinagre
sal, com doçura
que incorpora nossos suores
como vinho e especiarias
misturados,
decantam apaixonados,
no fundo do barril de carvalho
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
PECADO ANUNCIADO
Pecas
quando me tem por tola
erras
quando me toca como louça
grande imbecil és tu
se pensa que sou frágil
há dentro de mim,
vulcões e presságios
cuidado
te engulo
como as contas de um rosário
quando me tem por tola
erras
quando me toca como louça
grande imbecil és tu
se pensa que sou frágil
há dentro de mim,
vulcões e presságios
cuidado
te engulo
como as contas de um rosário
RODA DO SOFRER
Sofrimento
não resume o que sinto longe de ti
vago no vazio
como estrada sem chegada
acabo como nuvem sem céu
como flores de perfumes roubado
como pulmão sem ar
como pássaro sedento no deserto
sou sal nas tuas feridas
sou a desgraça da tua vida sem graça
sou o teu abismo
que acolhe morcegos sem rumo
sou as rodas da tua bicicleta
que delineiam a terra
sou a tua direção
sou o teu cadenciar
apressa-te!
Não demores em chegar
logo virá a chuva que lava as marcas
sem elas, não te alcanço,
se acaso te perderes
ouça o vento
pedi a ele para te guiar
vem!
E me salve do meu sofrer
não resume o que sinto longe de ti
vago no vazio
como estrada sem chegada
acabo como nuvem sem céu
como flores de perfumes roubado
como pulmão sem ar
como pássaro sedento no deserto
sou sal nas tuas feridas
sou a desgraça da tua vida sem graça
sou o teu abismo
que acolhe morcegos sem rumo
sou as rodas da tua bicicleta
que delineiam a terra
sou a tua direção
sou o teu cadenciar
apressa-te!
Não demores em chegar
logo virá a chuva que lava as marcas
sem elas, não te alcanço,
se acaso te perderes
ouça o vento
pedi a ele para te guiar
vem!
E me salve do meu sofrer
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
ROSAS PERFUMADAS
Selvagem
teus olhos ardentes
na minha imaginação de algodão
rosas perfumadas
sopros da tua voz
arranhada
por unhas de gato
olhos ardentes
de vulcões internos
miados noturnos
cantados à lua
perfume exalado
do teu corpo exilado
rosa pura
contaminada por minha insanidade
teus olhos ardentes
na minha imaginação de algodão
rosas perfumadas
sopros da tua voz
arranhada
por unhas de gato
olhos ardentes
de vulcões internos
miados noturnos
cantados à lua
perfume exalado
do teu corpo exilado
rosa pura
contaminada por minha insanidade
FÚRIA
Fúria
medida com sensatez
planejada com clareza
fúria de dia marcado
afiada como machado
fúria
abre veios
profundos
na maciez viva da madeira
nobre ou pobre
seca ou úmida
fúria
que reverbera de minhas mãos
para teus veios
tudo destrói
abre a fórceps
caminhos escuros
clareiras de dor
a lenha
sente o fio, frio
do ferro abrindo-a
separando-a em metades
fúria
acomete meu ser
como o machado
olhos cegos
fere
como lâmina
fria
que separou-nos em metades
medida com sensatez
planejada com clareza
fúria de dia marcado
afiada como machado
fúria
abre veios
profundos
na maciez viva da madeira
nobre ou pobre
seca ou úmida
fúria
que reverbera de minhas mãos
para teus veios
tudo destrói
abre a fórceps
caminhos escuros
clareiras de dor
a lenha
sente o fio, frio
do ferro abrindo-a
separando-a em metades
fúria
acomete meu ser
como o machado
olhos cegos
fere
como lâmina
fria
que separou-nos em metades
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Lavanda, alecrim e mel: PLENA METADE
Lavanda, alecrim e mel: PLENA METADE: Houve um tempo em que amar era fácil. Não havia subterfúgios para a entrega. Às vezes, passava-se anos para que ela de fato, acontecesse...
PLENA METADE
Houve um tempo em que amar era fácil.
Não havia subterfúgios para a entrega.
Às vezes, passava-se anos para que ela de fato, acontecesse.
Mas quando acontecia, era plena.
Não aos poucos ou pela metade.
O amor era respeitado, por elos indissolúveis,
eternos, acima da morte.
Houve um tempo em que o amor era a
própria existência, onde a falta do todo
completava o pouco do outro.
Houve um tempo em que meu amor por ti
poderia ter sobrevivido.
Mas o tempo se foi e nosso amor,
ficou preso àquele tempo,
onde o tempo não era o mais importante,
mas sim, o sentimento da perda eterna
que o tempo deixou.
Não havia subterfúgios para a entrega.
Às vezes, passava-se anos para que ela de fato, acontecesse.
Mas quando acontecia, era plena.
Não aos poucos ou pela metade.
O amor era respeitado, por elos indissolúveis,
eternos, acima da morte.
Houve um tempo em que o amor era a
própria existência, onde a falta do todo
completava o pouco do outro.
Houve um tempo em que meu amor por ti
poderia ter sobrevivido.
Mas o tempo se foi e nosso amor,
ficou preso àquele tempo,
onde o tempo não era o mais importante,
mas sim, o sentimento da perda eterna
que o tempo deixou.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
BEIJO
Longo ou selado
calmo ou afobado
sussurrado ou melado
lábios que falam
lábios que acolhem
aqui e ali
para cima e para baixo
sem pudor
com fervor
seco e contrariado
ou apenas imaginado
doce como fruta
picante como urtiga
suave como pluma
puro como lágrima
de qualquer forma
em qualquer boca
do nascimento à morte
beijos
dos lábios, explode
calmo ou afobado
sussurrado ou melado
lábios que falam
lábios que acolhem
aqui e ali
para cima e para baixo
sem pudor
com fervor
seco e contrariado
ou apenas imaginado
doce como fruta
picante como urtiga
suave como pluma
puro como lágrima
de qualquer forma
em qualquer boca
do nascimento à morte
beijos
dos lábios, explode
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
VIAGEM DA ESPERANÇA
Porque, sem amor,
o sofrimento perde a graça
e a dor
se joga da vidraça
Porque, sem amor,
o trem segue vazio
Porque, sem amor,
não existe esperança
o sofrimento perde a graça
e a dor
se joga da vidraça
Porque, sem amor,
o trem segue vazio
Porque, sem amor,
não existe esperança
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
CADEIRA VAZIA - Fragmentos poéticos
Entre o caos das palavras que se atropelam em minha mente, eu te espero,
olhando fixamente para a cadeira vazia.
Quero crer que seu relógio tenha parado, que tenha nos pregado uma peça.
Bem disse meu coração: não te apegues ao que não tem controle.
domingo, 16 de fevereiro de 2014
PROMESSAS
Então vá
cumpra a sua promessa
como o mar
sem pressa
não deixe nada para trás
leve tudo
todo o meu sofrer
para que não mais
eu possa morrer
leve o som
o sussurrar
para que minha voz
não ouse te chamar
leva
o que não posso guardar
teu amor
tua força
me assusta
me afasta
de mim de nós
então vá
e não pense no que não teremos
mas apenas
o que compartilhamos
cumpra a sua promessa
como o mar
sem pressa
não deixe nada para trás
leve tudo
todo o meu sofrer
para que não mais
eu possa morrer
leve o som
o sussurrar
para que minha voz
não ouse te chamar
leva
o que não posso guardar
teu amor
tua força
me assusta
me afasta
de mim de nós
então vá
e não pense no que não teremos
mas apenas
o que compartilhamos
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
CONTROVÉRSIAS DO AMOR
Confiar
já não posso
confundes minha alma
com tuas asperezas
e incertezas
ilusão gratuita
a um coração machucado
taça cheia de falhas
engulo
cedo
aos teus momentos
a tuas faltas
ao gosto
que saboreio em torturas
confiar
não posso
mas, não te iludas
não te enganes
amo-te
inteiramente
já não posso
confundes minha alma
com tuas asperezas
e incertezas
ilusão gratuita
a um coração machucado
taça cheia de falhas
engulo
cedo
aos teus momentos
a tuas faltas
ao gosto
que saboreio em torturas
confiar
não posso
mas, não te iludas
não te enganes
amo-te
inteiramente
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
TURQUESA
Turquesa
cor do teu olhar
sons de beijos
sopros do mar
Verde suave
refresca a pele
toque da mão
um acariciar
Calor morno
explode céu anil
sobre as pedras cor
que brincam sob os pés
Maravilhosa
é tua cor, turquesa
frescor verde mar
toque suave
que esquenta meu olhar
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
OUÇO MEUS PASSOS
Há coisas que acabam
décadas que passam
sapatos apertados
colchões rasgados
Levo a mala
a mesma, agora gasta
cheia de tudo
vazia do nada
Volto por outro caminho
compreendo, mesmo destino
de vidas humanas
divididas e insanas
Tu ficas, é teu chão
eu vou, voar na solidão
tu não choras, é forte
eu me despedaço em vão
Cenas ou não
não te comoves
fecha o coração
e não espera perdão
Ergo a mala
fecho o zíper
ouço meus passos
e avanço sem limites
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
ESCOMBROS
Todo canto e desencanto
todo sabor e pranto
toda dor e prazer
todo som e saber
todo dom
se esvai
quando, sem aviso
sem decência
sem clemência
ela chega
e tudo leva
de quem fica
Não será um sol
que irá nascer
serão sombras
serão dores
choro
desespero, ensaboa a alma
a revolta e a apatia
terão duplicidade
Nos tornamos escombros
em meio a um jardim
de plástico
Da terra, faremos parte
e purificados
seremos sóis
para os que ficaram
todo sabor e pranto
toda dor e prazer
todo som e saber
todo dom
se esvai
quando, sem aviso
sem decência
sem clemência
ela chega
e tudo leva
de quem fica
Não será um sol
que irá nascer
serão sombras
serão dores
choro
desespero, ensaboa a alma
a revolta e a apatia
terão duplicidade
Nos tornamos escombros
em meio a um jardim
de plástico
Da terra, faremos parte
e purificados
seremos sóis
para os que ficaram
domingo, 2 de fevereiro de 2014
INJÚRIAS DE UM CORVO
Das pétalas
pouco sobrou
arranquei-as, com louvor
com meu ódio e rancor
do caule, que nutre a flor
maldita essência
que do broto, tosco,
ainda escorre
como o sangue
que das tuas veias explode
transtorna-me!
em fúrias
estúpidas injúrias
foge!
antes que eu a toque
como à rosa, sob aço
preservei as cartas
da tua vil traição
momentos íntimos
gorgolejo
em tardes quentes
teu cheiro, nelas se misturam
aspiro-o
cada vez que sinto remorço
pelas rosas
destroços
foge!
ainda que como espírito
sou corvo maldito
que voa sem rumo
em busca do ódio
por teu pecado infinito
pouco sobrou
arranquei-as, com louvor
com meu ódio e rancor
do caule, que nutre a flor
maldita essência
que do broto, tosco,
ainda escorre
como o sangue
que das tuas veias explode
transtorna-me!
em fúrias
estúpidas injúrias
foge!
antes que eu a toque
como à rosa, sob aço
preservei as cartas
da tua vil traição
momentos íntimos
gorgolejo
em tardes quentes
teu cheiro, nelas se misturam
aspiro-o
cada vez que sinto remorço
pelas rosas
destroços
foge!
ainda que como espírito
sou corvo maldito
que voa sem rumo
em busca do ódio
por teu pecado infinito
AMOR E HORTÊNSIAS
Sob o sol
sentei-me
a recitar teus poemas
que a mim pertencem
assim como teu coração
de menino sonhador
Saboreio, sem entender,
cada palavra
sonhando em descobrir
o que há entre as vírgulas
e as aspas
Mas são os três pontinhos
que me entontecem
Ah, meu belo menino
não me deixes só,
ao sol
numa tarde de domingo
Apenas as hortênsias
tenho comigo
não te quero em forma de livro
te quero sob meu abrigo
embora nunca antes
tenhamos-nos visto
espero-te,
como ao final do poema
numa tarde de domingo
sentei-me
a recitar teus poemas
que a mim pertencem
assim como teu coração
de menino sonhador
Saboreio, sem entender,
cada palavra
sonhando em descobrir
o que há entre as vírgulas
e as aspas
Mas são os três pontinhos
que me entontecem
Ah, meu belo menino
não me deixes só,
ao sol
numa tarde de domingo
Apenas as hortênsias
tenho comigo
não te quero em forma de livro
te quero sob meu abrigo
embora nunca antes
tenhamos-nos visto
espero-te,
como ao final do poema
numa tarde de domingo
sábado, 1 de fevereiro de 2014
HINOS DE SINOS
Ouço sinos
suaves desdizeres
são as campanulas azuis
no campo, em seus afazeres
Ao lado,
sem avessos,
as brancas
praticam duetos
No meio do alvoroço
as amarelas se fecham
receosas,
egos que cegam
Escondidas,
as rosas,
suaves e sedosas
brotos de amor
de brigas perigosas
Por fim,
as roxas
violetas violinos
que no jardim
tocam hinos
suaves desdizeres
são as campanulas azuis
no campo, em seus afazeres
Ao lado,
sem avessos,
as brancas
praticam duetos
No meio do alvoroço
as amarelas se fecham
receosas,
egos que cegam
Escondidas,
as rosas,
suaves e sedosas
brotos de amor
de brigas perigosas
Por fim,
as roxas
violetas violinos
que no jardim
tocam hinos
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